sábado, 29 de novembro de 2008

terça-feira, 20 de maio de 2008

T R A V A N C A S

FORNO DE LENHA***





TASMONTES@LIVE.COM.PT

sexta-feira, 25 de abril de 2008









A freguesia de Travancas, é formada pelas aldeias de Travancas, Argemil e S. Cornélio.
A sua população, segundo os censos de 1981, 1991 e 2001 têm evoluído de uma forma negativa sendo respectivamente 886, 588 e 540 habitantes.
Fez parte até 1853 do extinto Concelho de Monforte de Rio Livre e da Diocese de Bragança / Miranda até à fundação da Diocese de Vila Real em 1922; foi Curato da apresentação do Reitor da
paróquia da Castanheira, passando mais tarde a Reitoria.
A Instituição Paroquial data provavelmente do Séc. XV.
Pertence actualmente ao concelho de Chaves a uma distância média de 22 km e abrange uma área territorial de 1346 hectares.
A sua situação geográfica, no extremo norte do vasto planalto da Bolideira, a uma cota entre os 850/950 metros de altitude, Travancas, poderá ter tido a sua origem no ponto de encontro de duas rotas pastorícias fundamentais: a rota pastorícia do oeste, que se desenvolvia a partir do vale do rio Tâmega e outra de sudoeste, que teria a sua genise a partir da hoje denominada “terra quente transmontana”.
Uma vasta várzea de boas pastagens e abundância de água, era um lugar excelente para fazer frente aos rigores do verão transmontano.
Da confluência dessas duas rotas pastorícias, é bem possível que nos primórdios tenha tido origem o povoamento deste lugar.
Na área abrangida pelo termo desta localidade não são conhecidos quaisquer vestígios arqueológicos; existe no entanto, a possibilidade no lugar conhecido por “picoto” ou “outeirinho” de ter existido qualquer tipo de construção, que poderá ter sido uma atalaia ou posto avançado de defesa do Castelo de Monforte, pois do referido lugar há um prefeito contacto visual com o mesmo.
em grande parte de todo o norte de Portugal estas elevações foram ocupadas por povoamentos castrejos.
A sua situação geográfica, ao longo da linha de fronteira da qual dista 2 km, e que teve a sua delimitação definitiva já no decorrer do Séc. XX, deixa transparecer, que por estes lugares se tenham realizado várias escaramuças e consequentes devastações; é de referir que estes limites territoriais, são os de mais fácil transposição em uma extensão que vai desde o vale do Rio Tâmega até às terras de Lomba no concelho de Vinhais.
No núcleo urbano de Travancas, há a destacar uma casa com características de casa senhorial agrícola do Séc. XVIII com porta principal encimada até ainda há pouco tempo por uma cruz latina ladeada por dois colunelos de forma paralelepipédica rematados em pirâmide; o forno a lenha localizado na cozinha ampla, e a lareira com grande laje de pedra são características indeléveis do tipo de construção no meio rural nos finais do Séc. XVIII.
A Igreja Paroquial é composta por uma só nave, com Altar Mor e dois colaterais colocados na base de um arco de volta inteira Barroco/Renascentista. A torre sineira, com dois sinos é encimada por uma cruz latina e dois colunelos laterais, que define com rigor o estilo Galaico/Transmontano; a data de 1811 gravada no dintel da porta principal refere-se provavelmente com algum tipo de reconstrução ou aumento (torre sineira) pois que a porta lateral, com arco de volta inteira é anterior a essa data. Salvo raras excepções, este tipo de Igrejas, são reconstruções do Séc. XVII / XVIII com a frente voltada para nascente. Esta disposição, refere-se à crença de que como CRISTO veio do oriente, assim voltará do mesmo lado, no “fim do mundo”.
O forno comunitário, ainda que nada tenha a ver com a sua traça original merece aqui uma referência, para além do uso apropriado servia de abrigo a mendigos, viajantes e residentes temporários. O lugar do ”Pêto” pode considerar-se o núcleo histórico da aldeia e era o local onde se realizavam as assembleias do povo, para decidir das obras comunitárias e outros assuntos que dissessem respeito à comunidade.
De referir ainda, que no Séc. XVII durante as guerras da Restauração, toda esta zona foi sistematicamente massacrada pelos Espanhóis, o que levou os habitantes desta Freguesia e de outras vizinhas a fazerem frente aos invasores, resistindo corajosamente na Cota De Mairos que, depois disso ficou também conhecida como “Alto Da Escocha”.
Outros feitos de grande bravura e ousadia, sucederam-se por estas paragens, quando as tropas Portuguesas desbarataram completamente o invasor nos sítios de Infesta e Montouto com a colaboração preciosa das gentes locais.


*********ARGEMIL
A origem do topónimo Argemil, tudo leva a crer tem a ver com o genitivo suevo “Argimirus” que ao que parece foi um afamado guerreiro e se notabilizou por estas paragens; é sabido que muitos dos nomes actuais de várias localidades tiveram a sua origem a partir do nome dos seus senhores e esta prática teve grande preponderância sobretudo no reinado dos Suevos..
Atendendo a este facto pode deduzir-se da antiguidade do povoamento deste lugar que no mínimo se teria efectuado no Séc. V da nossa era.
Há a destacar no núcleo urbano uma casa senhorial agrícola do Séc. XVIII no lugar do “Canto”, onde por cima da sua entrada primitiva se destaca a cruz latina ladeada por dois colunelos rematados em bola; a destacar ainda um lavatório mural em granito no topo da escada que, por alguma razão lhe foi retirada a pia abulatória.
É no termo desta localidade que fica o lugar de “Palheiros” que é um apertado
vale, que corre com a linha de fronteira com Espanha e apresenta características micro-climaticas excepcionais; a existência de algum tipo de povoamento é por demais evidente: o aglomerado de pedras existente no local deixa ver com clareza as formas rectangulares e quadradas das referidas habitações apinhadas num pequeno mas denso núcleo urbano. A sua cobertura teria sido provavelmente de colmo ou outra matéria biodegradável pois não existem vestígios visíveis de qualquer outro material que pudesse servir de cobertura.
O seu despovoamento deve ter-se verificado a partir de 1864 altura em que Espanha e Portugal assinaram o tratado de limites territoriais.
A recuperação deste núcleo em ruínas poderia ser um polo interessante de atracção, complementado com uma rota de sendeirismo, pedestre, hípica ou de todo o terreno desde a Cota de Mairos, moinhos do Mouce, Castelo do Mau Vizinho, declarado imóvel de interesse público em 1983, Ribeira de S. Gonçalo etc.



****S.CORNÉLIO

A atribuição do nome tem provavelmente a ver com o repovoamento levado a efeito pelo Bispo, conde Odoário no Séc. IX em homenagem a este santo mártir e Papa, mas o povoamento deste lugar, é bem mais remoto; bem próximo da actual povoação terá existido um castro pré-romano que posteriormente daria origem a um outro tipo de povoamento na altura em que parte da Legião Gemina se instalou e fundou “Aquae Flaviae” hoje cidade de Chaves.
Este povoamento era uma espécie de quinta agrícola que tinha como principal objectivo a produção de cereais que visava o abastecimento da referida legião romana. É provável que a razão porque ainda hoje se diga “A Quinta de S. Cornélio” tenha a ver com tal facto. No lugar dos Pardieiros ainda é possível ver as ruínas desse tipo de povoamento;
O local, merecia no mínimo uma desmatação e algumas sondagens arqueológicas para saber com rigor, a importância que a referida quinta teve e servir como polo de atracão.
É de considerar que a sua fundação deve ter tido lugar entre o ano 0 da era Cristã e o ano 78 A. C., ano em que a Legião Gemina Chegou a estas paragens.


***ORAGO TRAVANCAS
S. Bartolomeu é o patrono da aldeia de Travancas: a sua festividade é comemorada no dia 24 de Agosto .
É natural de Caná e no início começou por resistir ao fascínio de seguir Jesus, ao contrário de seu amigo Filipe que abandonou tudo para seguir o Mestre, no entanto não deixou de falar com Bartolomeu-Natanael, e de céptico tornou-se um dos seus mais fieis seguidores.
A Mesopotãnia no Séc. V, Lipari em Itália no Séc.VI, Benavente também em Itália no Séc. IX, reivindicaram a honra de possuir um túmulo de Bartolomeu. Uma basílica foi-lhe dedicada em Roma na ilha de tibre no séc. X.
S. Bartolomeu é ainda o padroeiro dos encadernadores
No dia da comemoração da sua festividade era tradição a realização de uma festa/feira, de olaria.
A efeméride bem que podia ser aproveitada para a realização de uma feira anual de mostra de produtos regionais. À junta de freguesia caber-lhe-ia o papel de entidade dinamizadora acompanhada de uma comissão executiva.


***ORAGO ARGEMIL
O orago de Argemil é S. Miguel o Arcanjo. O nome deste Arcanjo aparece referenciado quer no antigo quer no novo testamento Miguel em hebraico “Mikael” significa aquele que é como Deus; é designado como o grande Príncipe representante e protector de Israel. É referido pelo Apostolo Judas numa das suas epistolas no combate que travou com o diabo pela posse do corpo de Moisés e no Apocalipse pelo combate vitorioso que travou com o dragão e seus sequazes.
O imperador Constantino mandou construir em sua honra uma Basílica próximo de Constantinopla que foi denominada “Miguelou”.
No séc. V foi-lhe consagrada outra basílica em Roma na “via salária” e um outro templo no monte Gargano e, mais tarde, em 709 foi feita uma réplica sobre uma ilha rochosa próximo de Avranches.


***ORAGO S.CORNÉLIO
O padroeiro dá o nome à localidade.
Nasceu em Jerusalém e foi eleito Papa após as perseguições movidas por Décio contra os cristãos. Como Papa defendeu uma pastoral de perdão o que o obrigou a um confronto com o clérigo romano “Novaciano” que negava à igreja a faculdade de absolver os renegados.
O seu noviciado durou apenas dois anos.
Foi condenado à morte no ano de 252 e o seu corpo transladado a Roma no ano de 258.


***SENHOR DOS AFLITOS

É de crer que a origem remota desta romaria tenha a ver com um qualquer ritual pagão ligado ao Equinócio de Setembro e, que pode de alguma forma marcar o regresso dos rebanhos a zonas mais abrigadas .
Uma outra hipótese, que é também de considerar é de o lugar ser um ancestral entroncamento (encruzilhada) de caminhos alguns dos quais com uma importância significativa. Era precisamente neste lugar que confluíam duas vias secundárias Romanas, e ainda uma outra provavelmente mais secundária e das quais farei tanto quanto possível uma descrição pormenorizada: São ainda hoje usados os termos “vereia de Dadim e vereia de Mairos”. A palavra vereia , vem do latim (vereda) e que designava caminho secundário.
As duas principais vias Romanas que atravessavam o norte da Península Ibérica , tinham a sua origem em Braga: uma delas que ligava esta cidade que era à altura uma das mais importantes da Península a Chaves e tinha sua continuação até à cidade de Astorga - Bracara Augusta, Aque Flaveae, Astrúcia –
Uma outra via, ligava Braga a Santiago de Compostela, atravessava toda a região que é hoje a Galiza, passando especificamente pela vila Galega “A Godinha”.
Uma dessas vias secundárias que fazia a ligação entre essas duas vias principais , e que confluía a sul algures na zona planáltica entre a hoje povoação de Vila Nova de Monforte e a povoação de S.Lourenço, passava pelo que hoje denominamos Vereia de Dadim, caminho da lama cerdeira , Sr. Dos Aflitos, Argemil , passando pelo caminho velho para S.Vicente onde a dado passo entre a Povoação de Argemil e o local designado por Cruz do Vento ainda hoje é possível identificar um troço de calçada que pelo tipo de empedramento é em tudo semelhante às calçadas Romanas,
passando em seguida próximo da cidadela (castro pré-romano) situado no termo desta Freguesia de S.Vicente e confluía por altura da vila Espanhola - A Godinha - com a outra via principal, que derivava mais para norte da península, e atravessava os Pirinéus, estabelecendo a ligação à Galécia (França).
Uma outra via secundária saía de Chaves, passava pelo local que ainda hoje conhecemos como vereia de Mairos, e seguia no actual termo da Freguesia de Travancas pelos locais do Portinho, Vale das Tábuas Calheia da Vessada fazendo a sua confluência no local onde existe o santuário do Sr. Dos Aflitos com a outra via secundária atrás referida e tinha a sua continuação para o alto de Roriz, e toda a zona da Castanheira. Esta via seria provavelmente bastante usada pelas tropas Romanas, nas suas missões de patrulhamento da região se atendermos ao facto do significado toponímico de duas localidades ; Parada e Paradela.
É sabido que muitas das localidades que usam o topónimo Parada devem-no por nessas localidades terem existido acampamentos de tropas Romanas de
uma forma mais ou menos permanente. É pois muito provável que a actual povoação de Parada na Freguesia de Sanfins da Castanheira deva o seu nome ao facto de no local ter existido um desses acampamentos.
O topónimo Paradela tem a mesma origem mas seria mais um local de passagem e descanso no render das tropas dos vários acampamentos.
Não nos podemos esquecer que parte da Legião Gemina, responsável pela vigilância da vasta área territorial do que é hoje o norte de Portugal estava sediada em Chaves –Aque Flaviae- e a ela se deve a sua fundação. Se não atender-mos à lenda sobre o Castelo do Mau Vizinho, num exercício de lógica, poderemos deduzir, que este teria sido o local onde os Povos autóctones ofereceram maior resistência ao domínio dos Romanos, justificando-se assim o acampamento de uma forma mais definitiva no local que veio a dar origem à povoação de Parada.
Uma outra via que fazia a sua intercepção no lugar do Sr. Aflitos, era o que conhecemos hoje por, caminho da faceira. A autenticar a antiguidade desta via, tem ver com dois factos, que são um genuíno referencial histórico: o primeiro e mais significativo, tem a ver com a pia da Fonte Salgueiro. Estas pias existiam ao longo de percursos e tinham como finalidade matar a sede aos viajantes e às montadas em que se faziam transportar. A pia da Fonte Salgueiro, era em tudo semelhante à pia de Jaqintas na Freguesia de Bobadela, que fica no caminho que liga esta povoação ao castelo de Monforte, e que doutos na matéria não têm duvida em afirmar a sua antiguidade.
Este mesmo caminho, a fazer fé na origem toponímica de duas localidades vizinhas da localidade Galega”
Vilardebós” com as quais tem uma ligação natural; Osoño e Hospital, que segundo a tradição, por ali passavam os Romeiros Portugueses a caminho de S. Tiago de Compostela, que num lugar dormiam e no outro curavam-se.
Em jeito de curiosidade referir que o topónimo Vilardebós ou Villardevós quer significar segundo alguns estudiosos da matéria “Terra de homens bons”
O outro facto, é a referência que é feita no livro que relata os locais onde se encontram tesouros escondidos, num percurso que se inicia na vila Galega de Alharis perto de Ourense, atravessa todo o Barroso, e referencia vários locais tais como a Tróia de Mairos, Castelo do Mau Vizinho, e isto só para inumerar alguns dos locais mais próximos, e o que não deixa de ser curioso é que no relato dessa rota dos tesouros escondidos a maioria dos locais são visíveis vestígios arqueológicos, muitos deles classificados; o local da Fonte Salgueira é referido nesse livro, e não obstante de alguns naturais de Travancas ao que consta já terem posto animo e mãos à obra para descobrirem o o referido tesouro o seu esforço foi inglório. Talvez as coordenadas não tivessem sido analisadas com o rigor nessessário, haja outros que o tentem de novo, quem sabe talvez tenha mais sorte porque o tesouro lá está... isso é que está, que isto de encontrar tesouros tem que se lhe diga, não é assim às duas por três.


Dicionário De Toponímia

VESSADA - Terra fértil e regada, possível de ser lavrada em um dia por uma junta de bois.

REGADA - Porção de terreno que tem água de rega.

VEIGA - Planície fértil

TEIXUGUEIRAS - Deriva da palavra TEIXO arbusto endémico das montanhas do norte de Portugal, pertence à família das TAXÁCEAS

REBOLEIRA - Parte mais densa de um bosque.

PORTINHO - A palavra deriva de porto; lugar de descanso, refúgio, abrigo; é efectivamente um local abrigado numa encosta suave, exposta a sul e abrigada dos ventos do norte e nascente.

SEIÇAIS - A palavra deriva de SEIÇAL que vem do latim SALICE e significa salgueiro; era pois uma zona onde predominava esta espécie da família das SALICACEAS.

ROÇADA - Deriva da palavra ROÇADO local onde se efectuava o corte de mato.

REGADINHAS - Pequenas porções de terra que têm água de rega.

GREJOINHA - Este topónimo, tem a ver com a palavra GREJÓ, e que significa pequena Igreja ou Ermida. Será que no local houve algum tipo de construção que de tão diminuta ainda lhe foi colocado um diminutivo?

LANDEIRA - Montado de sobreiros


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Tradições em Desuso

TESTAMENTO do GALO

Após a imolação de um galo a mocidade, ao início da noite de um ponto alto da aldeia, servindo-se de um embude em jeito de megafone numa crítica mordaz iam testamentando pelos vizinhos todas as partes do sacrificado.
A título de exemplo, transcrevo duas quadras retiradas do “Folclore do Concelho de Vinhais” II volume:

Vou subir aqui p’ra cima
Com este galo bonito,
Com este papel na mão
Para ler o que está escrito


Vamos ao Juiz e ao Ferreiro,
E ao da Junta Presidente,
Deixamo-lhes os ouvidos do galo,
Para ouvirem toda a gente

Esta tradição era um costume Carnavalesco realizado no Domingo Gordo.

Serrada Da Velha

idosas viúvas fazendo uma algazarra medonha utilizando para o efeito todo o tipo de material disponível: chocalhos latas etc.

Atrancadas

Na noite de S. Martinho a mocidade, juntava-se e com tudo que podiam arranjar, (carros de bois, arados, etc.) e obstruíam as ruas, e as portas das casas.
Este costume em outras zonas do País, por exemplo no Minho, realiza-se no S. João e S. Pedro


PROVÉRVIOS

“Nunca em Maio houve um dia que não desse para fazer um arado”

“O feno está no Cu de Maio”

“Criado e bois um ano ou dois”

“Para bom obreiro não há má ferramenta”

“Tudo se quer a seu tempo e os nabos no mês do Advento”

“Não há sábado sem sol Domingo sem Missa nem Padre sem Piça”

“Não há fome que não dê em fartura”

“Onde há pão há migalhas”

“Quem não sabe cagar, até os pelos do Cu lhe estorvam”

“Névoa na Cota chuva na porta”

“Há mais dias que chouriças”

“Palavra dada, bois vendidos”

“Se não neva na S. Luzia, neva no outro dia”

“Março marçagão manhãs de inverno tardes de verão”

Em Fevereiro o pastor não arranja assentadeiro

Se queres fazer inveja ao teu vizinho lavra e estruma no S.Martinho

“Maio pardo, S. João claro”

“Ovelha que berra perde bocado”


HINOS A TRAVANCAS



Travancas da Raia
És uma aldeia bem Portuguesa
A tua gente trabalha e reza
Concerteza

A tua gente trabalha e reza
Como ninguém
És generosa meiga e bondosa
Simples também

Ò minha aldeia
Quando de inverno a neve vem
Cobrir-te com o seu manto

Aldeia querida
Não cessem os teus amores
Mas diz-me minha vida tu quem és
Um abrigo de pastores

És sertaneja,
Tens uma Igreja bem estimada
E uma capela Santa guarida
Da apaixonada

Nessa capela tens um Senhor
Ai, eu sei bem que é milagroso
Que é protector
De quem fé tem

Ho minha aldeia
Tens tanta graça e encanto
Quando de inverno a neve vem
Cobrir-te com o seu manto

Travancas ficas na Raia
Tens por vizinha a Galiza
Tens gente hospitaleira
Tens o trabalho por divisa

Travancas não te digo adeus
Lindo torrão Português
Porque os olhos, olhos meus
Hão-de ver-te outra vez

Adeus Travancas
Terra do meu coração
Cheia de sol e beleza
Nos longos dias de verão

Adeus Senhor dos Aflitos
Quantas vezes lá passei
E agora
Não sei quando lá voltarei

À família ....................
Devo minha gratidão
Quantas vezes Ho quantas
Mitigou minha aflição

Adeus sol da varanda
Adeus canções ao luar
Adeus Ho noites passadas
Na lareira a cantar

Nota...Escritos e musicados pela Dª CONCEIÇÃO PEÃO que foi professora primária em RORIZ natural de FAVAIOS -ALIJÓ

MEMÓRIAS


No local onde existe hoje a Sede da Junta de Freguesia foi construído o primeiro edifício da escola Primária a expensas da população.
Para o efeito, procedeu-se à divisão dos terrenos comunitários no Vale Grande em parcelas com aproximadamente ½ hectare em que cada vizinho pagou a importância de 50$00 este facto passou-se no ano de 1940/41 e foi à altura, a primeira Professora a Dª Lúcia Quadra ( Dª LUCINHA) natural da aldeia de HIDRAL concelho de VINHAIS.

O terreno onde existe a actual escola primária e o centro de saúde foram adquiridos pela população ao Senhor AUGUSTO TRINTA pelo valor de


A primeira captação de água efectuada no lugar do Vale dos Bois e respectiva canalização para dois fontanários, efectuou-se no ano de 1948 e foi feita a expensas da população

O projecto de electrificação, foi uma vez mais pago pelos vizinhos; a instalação da rede eléctrica é já posterior a 25 de Abril de 1974.

Os melhoramentos que ao longo do tempo foram permitindo uma melhor qualidade de vida foram no essencial suportados pela população e, ainda hoje esta prática é usual, caso do Centro Paroquial, actualmente em construção, para o qual tem havido uma participação efectiva da população no que respeita a mão de obra e apoio financeiro.

Seria fastidioso inumerar todas as obras em que a população teve o papel principal para a sua execução, é de esperar, no que diz respeito à rede de saneamento com projecto já executado, que uma vez mais o povo não seja chamado para nova participação financeira ou mão de obra gratuita.

Cabe-me aqui referir , e porque nem tudo são rosas que os caminhos rurais, se encontram em estado deplorável, sendo difícil em muitos deles passar sem que um qualquer transeunte se arrisque a uma boa “arranhadela” das silvas que ocupam a maior parte dos respectivos; a este caso concreto e às varias lixeiras espalhadas pelo termo, a junta de Freguesia,não tem sido diligente junto da Edilidade Municipal, e em prestar uma informação objectiva à população para que estes casos deixem de uma vez por todas de acontecer.
Aliás em um dos locais onde sistematicamente várias pessoas vão depositando vários tipos de lixo, sendo um lugar público, a Junta de Freguesia bem podia fazer um aproveitamento do local, pois trata-se de um aprazível Miradouro com uma vista privilegiada sobre as barragens de Mairos e Nogueirinhas com a cidade de Chaves e o vale do rio Tâmega ao fundo, ligeiramente à direita a serra do Larouco, e na linha do horizonte a serra das Alturas e serra do Alvão; para o lado esquerdo um vasto horizonte desde a serra de Montesinho até à serra de Bornes. Um pequeno arranjo urbanístico do local seria sem dúvida um local que em muito poderia beneficiar a Povoação de Travancas, colocando-a na rota dos amantes das belezas naturais, sem esquecer que o referido local se encontra localizado na área de reserva ecológica protegida.
Os cereais, em especial o centeio, e a batata para a qual toda esta zona possui excepcionai condições edofitoclimáticas
são a base da economia de toda a Freguesia:
A qualidade do tubérculo produzido nesta região tem granjeado fama pela sua excepcional qualidade, mas pouco proveito têm tido os Agricultores que ano após ano vêm aumentar a dificuldade do seu escoamento a um preço minimamente compensador.
É sabido que as quantidades produzidas por hectare estão muito abaixo das produções médias em outras zonas do País, e em outros Países da Comunidade Económica Europeia, mas esta baixa produtividade que é no essencial devido à característica dos solos franco-arenosos,
Pouco ricos em matéria orgânica, que conferem à batata desta região de montanha as condições suigenrires, tanto em sabor como conservação.
É com justa causa que o slogan***TRAVANCAS CAPITAL DA BATATA
assenta como uma luva.
Que o público consumidor tem uma preferência clara pelo tubérculo produzido nesta região não há duvida, pede-se apenas que desde a pequena mercearia de bairro à grande superfície ela esteja presente nas prateleiras, e o consumidor que decida:
O preço ou a qualidade.
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terça-feira, 8 de abril de 2008

FOTOS TRAVANCAS